Treinadores de bancada?

Ainda no rescaldo de uma derrota triste da nossa seleção no Europeu, é interessante reparar na quantidade de treinadores de bancada que temos nas redes sociais.
Ou porque o treinador não soube escolher os jogadores, ou porque os jogadores estiveram mal, ou porque o árbitro esteve contra nós, ou porque a sorte esteve contra nós, enfim, são mais que muitos os comentários.
Felizmente, também vemos muitos comentários positivos de apoio à seleção, de agradecimento pelo esforço e entrega dos jogadores, alguns deles que se excederam para além do que seria possível.
E nas farmácias será que acontece o mesmo? Teremos também treinadores de bancada? Temos elementos da equipa que adoram fazer previsões ou indicações do que deveria acontecer ou aconteceu?

Regras do jogo

Em qualquer desporto têm de existir. E nas farmácias também.
É importante definir e atribuir a cada pessoa as suas tarefas, mas também é importante rever e descrever os procedimentos. Sabemos que quando falamos em procedimentos, todos reviram os olhos pelo trabalho que julgam acarretar, mas efetivamente não é necessário ser complicado.
Em primeiro lugar é importante listar as áreas de atuação, vendas, logística, validades, marketing, compras, gestão de categorias, recursos humanos entre outras, assim como as tarefas existentes em cada uma dessas áreas e depois atribuir cada uma a um ou mais colaboradores, sendo que muitas devem ter obrigatoriamente um back up devido à sua importância.
Depois é selecionar as mais críticas e construir um manual de procedimentos simples, para que se poupe tempo quando temos mais elementos na equipa, ou ensinar alguém novo, ou até fazer rotatividade de tarefas.
Para além da listagem das tarefas, também por vezes colocamos a cada tarefa uma forma de confirmar que está a ser realizada. Dessa forma a monitorização das tarefas pode ser feita de forma quase automática.

Resultados

Se dividimos as tarefas, temos de perceber que as mesmas estão a ser executadas, daí existirem indicadores de desempenho.
Estes indicadores permitem monitorizar o que está a ser feito e de que forma. No entanto, não somos apoiantes de dezenas de indicadores, pois podemos na medição exagerada perder a objetividade do que é de facto importante.
Assim sendo, para além de rever as evidências da execução de algumas das tarefas, devemos estabelecer alguns indicadores major, medir e partilhar os resultados.
Aconselhamos indicadores mensais como a faturação total e de algumas das categorias mais importantes, o valor médio de venda, a margem média, o número de atendimentos entre outros mais impactantes, depois é importante medir e partilhar os resultados com a equipa.

Espírito de equipa

Precisamos sempre dele, quando as coisas correm bem e quando os momentos são mais desafiantes.
Claro que é importante analisar os resultados e fazer ajustes caso não correspondam ao esperado, mas com críticas construtivas e moderadas, permitindo ajustar a tarefa e a forma como é feita.
Para o jogo funcionar cada pessoa tem a sua função e uns defendem outros atacam. Nas equipas das farmácias a dinâmica é a mesma. Precisamos de todos para atingir o objetivo comum e todos são responsáveis por animar e motivar os outros.
Dizemos sempre que não precisamos de ser todos amigos, claro que ajuda, mas não é fundamental. O importante é todos estarmos em sintonia, sabermos o que cada um tem de fazer e quando, e celebrar as conquistas de cada um e da equipa.
Este espírito é o que sustém todos os elementos quando as coisas correm menos bem, permitindo aprender com os erros e prepararmo-nos para a batalha seguinte.